A oração do Santo Rosário

A oração do Santo Rosário

Temos um único mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo (cf. 1Tm 2,5-6),
porém, a Igreja declara que Maria
é medianeira de todas as graças.
Conforme ensina São Tomás de
Aquino, nada impede que existam
entre Deus e os homens, abaixo de
Cristo, mediadores secundários, os
quais cooperam com o Redentor
de modo dispositivo ou ministerial. “Todavia, entre os chamados
mediadores secundários, a Bem-
-aventurada Virgem Maria distingue-se eminentemente”, afirma
Sampel (2017).


A Sagrada Escritura registra
um momento singular em que a
Virgem Maria interveio diante de
Jesus: nas bodas de Caná (cf. Jo
2,3-11); diante do seu pedido, Jesus operou seu primeiro milagre;
no alto da cruz, Jesus lhe conferiu
o múnus de intercessora (cf. Jo
19, 26-37). Dito isso, verifica-se
que a oração do Rosário constitui o caminho no qual os cristãos
podem invocar a intercessão da
Virgem Maria e obter dela graças
imensuráveis.


Apesar de sua aparência mariana, o Papa São João Paulo II
(2002) distingue o valor essencial do Rosário reforçando sua
natureza cristológica: Cristo está
no centro dessa oração. Por meio
das contas do Rosário, podem-se
contemplar os mistérios salvíficos
da nossa salvação pelo olhar de
Maria. Eis o grande valor dessa
oração!


O santo Rosário permanece nos
dias atuais uma oração destinada a
produzir frutos de santidade, afirma o Papa João Paulo II. Dentre os
frutos dela, sem dúvida alguma os
mais salutares são a conversão, a
salvação e a conformação a Cristo.
Em sua carta sobre o Rosário, o
Papa mariano fala da preciosa obra
O segredo admirável do santíssimo Rosário para se converter e
se salvar, na qual São Luís Maria
trata do aspecto contemplativo
da oração do santo Rosário, que
gera como principais frutos honrar
a Santíssima Trindade, honrar a
vida, a morte e a glória do Senhor,
imitar a Igreja triunfante, auxiliar
a Igreja militante e aliviar a Igreja
padecente, imitar os Salmos, encher de graças ao longo da vida,
de paz e de glória na eternidade
(cf. João Paulo II, 2002, 1; 8; 23).


O aspecto humano, a dimensão
antropológica do Rosário é radical,
afirma o Papa peregrino do amor, e
conclui que, ao percorrer as etapas
da vida de Cristo, o homem é capaz de conhecer as verdades sobre
si mesmo, tais como a sacralidade
da vida, a família como projeto
original de Deus, a missão de ser
luz no Reino de Deus, o sentido do
sofrimento, ver a meta para a qual
é chamado, por isso se deixar curar
e transfigurar pelo Espírito Santo. Quando recitado devidamente
como verdadeira oração meditativa, facilita o encontro com Cristo
nos mistérios e revela também o
rosto dele nos irmãos, sobretudo
nos mais sofredores. Contemplar
a beleza de Cristo ressuscitado e
da rainha sua mãe só pode levar
a desejar um mundo mais justo
e belo. Sem dúvida, os melhores
frutos dessa oração são a paz gerada pela caridade e a santidade na
família (cf. João Paulo II, 2002,
25; 39; 40).


As dificuldades do
horizonte mundial
urgem que se retome a
oração do Rosário, pois
ela conserva sua força e
permanece um recurso
imprescindível a todo
bom evangelizador.


A força dela foi sentida espetacularmente quando a própria
cristandade foi ameaçada e atribuiu-se a vitória à intervenção
da Virgem do Rosário (cf. João
Paulo II, 2002, 25; 39; 40). Nossa Senhora em Fátima, Portugal,
em 1917, em sua mais célebre
aparição, insistiu na importância
de rezar o Rosário todos os dias,
sobretudo em família, a fim de se
alcançar a paz, não só a mundial,
mas consigo mesmo, com Deus e
com o próximo (cf. Leme, 2018,
p. 11). Eis o apelo urgente que não
se pode deixar de ouvir e colocar
em prática!

Fonte: Revista Ave Maria – Por Cássia Duarte Leal e Rosa Maria Dilelli Cruvinel

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