Faça seu nome valer a pena, uma vida com propósito

Faça seu nome valer a pena, uma vida com propósito

A honra de todo nome

O nome identifica o ser humano, remete à identidade e à história de cada pessoa, contemplando aptidões, escolhas vocacionais, profissionais e a qualidade de sua conduta cidadã. Por isso, nomes podem se destacar no altar da história, desde aqueles universalmente famosos, contemplando também os que se singularizam pela dedicação ao contexto comunitário e familiar. A grandeza de um nome relaciona-se à contribuição que seu titular oferece à promoção da fraternidade e da solidariedade em diferentes âmbitos da vida – na cultura, na arte, no esporte, no mundo científico e tecnológico, na espiritualidade, na política, na economia, no humanismo.

Cada pessoa tem um papel missionário na vida social. Isso significa que viver não é simplesmente buscar “um lugar
ao sol” ou apenas o próprio bem-estar, não raramente de modo desarvorado, individualista e mesquinho. O desafio humano-existencial é fazer da própria vida um alicerce que ajuda a sustentar outras vidas, dedicando-se à sociedade. Não se vive para si mesmo, ensina a espiritualidade cristã. O ser humano alcança êxito e tem seu nome lembrado quando, adequadamente, exerce a sua missão de promover o bem ao seu semelhante.

Autenticidade e serviço

Muitos oferecerão contribuições capazes de alcançar a coletividade, tornando seus nomes inesquecíveis na história de instituições. Assim a cultura se consolida, a arte se enriquece, a cidadania conquista referências; a vivência religiosa e espiritual é marcada com o selo de sua autenticidade, todos os campos técnico-científicos recebem contribuições e se tornam herança para novas descobertas de gerações futuras.

Viver procurando efetivar contribuições para a vida do semelhante é antídoto para a mediocridade. Aqueles que buscam servir sabem que o valor maior está na responsabilidade assumida – e não nos benefícios de eventuais cargos ocupados, que podem levar a uma glória ilusória.

A grandeza reside na simplicidade

Essa consciência verdadeiramente ajuda a conduzir o próprio nome à honra, mais que a fama midiática possível de ser conquistada. No fim, serão lembrados aqueles que ofereceram suas aptidões e recursos para o bem da comunidade.

E tornam-se notáveis não apenas os que marcaram os grandes acontecimentos da história. Têm também seus nomes lembrados os que fazem a diferença no recato de sua condição simples. Oportuno partilhar a história de Dona Nega, assim conhecida no pequeno distrito do interior onde residia com a sua família.

Ela, voluntariamente, e por convicção generosa de fé, sempre se dedicou a cuidar da igreja de sua comunidade. Certo dia, um viajante passou pelo pequeno distrito e parou perto da igreja. Perguntou para uma menina que ali passava quem era a padroeira do lugar.

O nome que carrega uma missão

A menina, prontamente, respondeu: Dona Nega. Uma comprovação da grandeza de honrar o nome que se tem pela força generosa da contribuição que se pode dar a partir das próprias aptidões, assumindo a corresponsabilidade de contribuir com a sociedade, para torná-la mais justa e solidária.

O fundamento da corresponsabilidade que cada ser humano tem no cuidado com o seu semelhante está na verdade ensinada pela fé cristã: ser imagem e semelhança de Deus remete a um existir que está sempre em relação com o semelhante, porque Deus mesmo é uno e trino, é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esta comunhão de amor é o modelo para o viver de cada ser humano, criatura querida por Deus.

O sentido da existência e o serviço ao próximo

Assim, cada pessoa não pode realizar-se plenamente senão pelo dom sincero de si mesmo. O ser humano alcança o seu sentido de existir quando busca favorecer o desenvolvimento de relações alicerçadas no amor, na justiça e na solidariedade. Compreende-se que cada pessoa reveste de honra o seu próprio nome quando vive a sua vocação de promover a dignidade de seus semelhantes.

Uma vocação radicada no amor de Deus. Conquista benefícios quem está a serviço da comunhão entre pessoas, por um desempenho social, político e religioso-cultural que impulsiona um funcionamento comunitário pela garantia da justiça e da paz. Por isso mesmo, não haja lugar para vaidades e disputas, mesquinhez e ganância, pecados tão comuns.

É preciso inspirar-se em Jesus, aquele que faz nova todas as criaturas, para alcançar uma transformação interior e alavancar a renovação das relações humanas, buscando servir no exercício de aptidões, carismas e generosidade. Assim, tanto quem ocupa lugares de grande visibilidade e aqueles que estão longe dos holofotes se capacitam para inscrever seus honrados nomes na memória das pessoas, da família ou da sociedade.

Fonte; Canção Nova – Por Dom Walmor Oliveira de Azevedo – Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

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