Padroeiros: quem são e como são escolhidos?

Padroeiros: quem são e como são escolhidos?

Como os santos padroeiros são definidos? O que exatamente eles são? Um país, um continente pode tê-los? Confira neste artigo!

Poucas coisas são tão católicas como os padroeiros. E poucas coisas católicas são tão marcantes na cultura quanto os padroeiros do país, da cidade ou de determinada profissão.

E o que pouca gente sabe é que as Escrituras já nos apontavam para a existência de protetores de determinadas localidades junto de Deus.

Padroeiros na Bíblia?

Em uma de suas visões, o profeta Zacarias relata que um anjo intercede por Jerusalém e pelas cidades da região:

Senhor dos exércitos! Até quando ficareis insensível à sorte de Jerusalém e das cidades de Judá? (Zc 1, 12)

Um anjo, alguém que está no céu, intercedendo por localidades específicas. Daniel também nos traz o relato de anjos protetores.

Porém, o príncipe do reino dos persas resistiu-me durante vinte e um dias, mas eis que veio em meu socorro Miguel, um dos primeiros príncipes… (Dn 10, 13)

Trata-se da aparição do anjo Gabriel a Daniel.

A nota refere-se ao “príncipe do reino dos persas”. Esse príncipe é, na verdade, o anjo guardião da Pérsia — veja que Miguel também é tratado como um príncipe pelo texto bíblico.

E, como que o anjo príncipe do reino dos persas, é um protetor se, durante 21 dias, ele impediu o arcanjo Gabriel de encontrar Daniel?

Ele estava pensando no bem espiritual dos persas, por isso desejava que muitos judeus permanecessem entre eles.

O príncipe dos persas queria o bem dos persas, logo, era seu protetor, seu patrono, seu padroeiro. Não é só o padroeiro dos persas que é mencionado:

Quando eu saía, apareceu o príncipe dos gregos, que vinha. (Dn 10, 20). O princípio dos gregos, como diz a nota “h” da nossa edição: isto é, o anjo custódio da Grécia.

E isso sem falar nos anjos destinatários das mensagens às sete igrejas do Apocalipse nos capítulos 2 e 3.

Os primeiros santos padroeiros na Igreja Primitiva

Durante os seus três primeiros séculos, a Igreja Primitiva se reunia às escondidas, seja nas casas dos fiéis da comunidade, seja em locais retirados ou escondidos, como cemitérios — já ouviu falar da igreja das catacumbas?

Conforme a fé católica deixava de ser perseguida pelo império romano, locais públicos de culto passaram a ser construídos.  Os primeiros cristãos tinham profunda reverência pelos seus heróis, por aqueles que preferiram derramar seu sangue a abandonar sua fé.

As celebrações solenes, como a Páscoa do Senhor, eram realizadas em locais onde estavam enterrados os corpos desses heróis, dos mártires. Os nomes dessas igrejas, naturalmente, passaram a ser associados aos nomes desses santos — São Pedro, São Paulo fora dos muros, São Sebastião, Santa Agnes, etc.

Surgiu então a prática de enterrar o corpo inteiro ou relíquias dos mártires sob os altares das novas igrejas. E, aos poucos, a prática foi estendida a outros santos que não foram necessariamente mártires.

A doutrina da Comunhão dos Santos, pela qual acreditamos na união mística entre Deus e aqueles que morreram em amizade com ele, que nos permite pedir a intercessão desses últimos, nunca foi um problema para os primeiros cristãos.

A escolha de um padroeiro

Remete à devoção popular do século VII a escolha de padroeiros para cidades e nações inteiras.

A escolha de um padroeiro depende de uma série de circunstâncias. Entre elas:

1. A posse do corpo ou alguma relíquia importante de um santo

2. O santo que anunciou o Evangelho a uma nação

3. Os trabalhos de evangelização ou mesmo a morte de um santo em um determinado local

4. Uma devoção especial ao fundador de uma igreja.

5. Devoções recomendadas para um determinado tempo.

O papel dos Santos Padroeiros e a Intercessão

Na tradição católica, os fiéis pertencentes a uma determinada categoria frequentemente se dirigem ao seu santo padroeiro por meio de orações ou oferendas votivas, buscando a intercessão em causas pessoais ou em favor de outras pessoas.

A intercessão dos santos e dos anjos ocorre dentro do conceito da Comunhão dos Santos e do Corpo Místico de Cristo. Mesmo quando um fiel pede a intercessão de um santo em particular, é sempre Jesus Cristo quem age como o mediador entre o ser humano e Deus Pai, a fim de que a graça divina seja concedida. Isso ocorre por meio do mistério da Redenção, pelo Sangue Precioso e pelas Cinco Chagas Santas de Cristo na cruz.

Na teologia católica, todos os santos e anjos estão unidos em Cristo, como um único corpo. Assim, seja a intercessão feita por um santo, como Maria Assunta em corpo e alma, ou por um anjo, a eficácia da graça não depende do sujeito que intercede.

Em outras palavras, algo feito ou dito por um santo ou anjo é igualmente verdadeiro, justo e eficaz, como se fosse feito pelo próprio Jesus Cristo. A hierarquia dos santos reflete sua importância e méritos na vida terrena, mas todos participam igualmente no resultado eficaz de suas intercessões.

Oração ao Santo padroeiro

Aproveitando que outubro é o mês de Santa Teresinha, escolhemos uma oração para pedir sua intercessão.

Ó Santa Teresinha, sede nosso anjo protetor na travessia desta vida e não descanse até que nos veja no céu. Santa Teresinha do Menino Jesus, que encontraste graça aos olhos de Nosso Senhor Jesus Cristo, leve até Ele a nossa prece, nosso pedido e nossa necessidade. Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós. Amém.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *