“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.” (Lv 19,2)

“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.” (Lv 19,2)

“Deixa que o mundo siga pela sua estrada. Deixa que o homem retorne à sua casa. Deixa que os outros conservem a sua riqueza. Mas tu, vem! Vem e segue-me. Tu, vem e segue-me.” (Gen Rosso, Focolares). Especialmente no mês de agosto, a Igreja nos convida a refletirmos sobre a nossa vocação. Ao falarmos sobre vocação, logo aparece em nossa mente a ideia de que essa palavra está diretamente associada àqueles que optam pela vida religiosa e presbiteral, contudo, é preciso ampliarmos nosso olhar sobre essa realidade. Pensarmos, rezarmos e refletirmos sobre a nossa vocação é, antes de tudo, inclinarmos nosso coração para nosso chamado primeiro, à vida e à santidade. Todos somos chamados a uma vocação singular e profunda, que transcende nossas aspirações terrenas: o chamado à santidade. Em primeiro lugar, a santidade não é reservada a alguns poucos escolhidos, é um convite universal, uma vocação destinada a todos os cristãos. O apelo de Deus é claro e constante: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2). No ano de 2018, o Papa Francisco lançou a Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, que remonta à exortação de Cristo ao fim do Sermão das Bem-aventuranças, “Alegrai-vos e exultai” (Mt 5,12). Nesse documento, o Pontífice nos faz refletir sobre o chamado à santidade no mundo atual e olhar os santos que vivem ao nosso redor. A ideia é observarmos e compartilharmos a vida com aqueles que em seu próprio estado de vida vivem a santidade e santificam os espaços onde estão, rompendo, inclusive, com a ideia de que a santidade está reservada a um pequeno grupo. Cada vocação possui uma dignidade intrínseca porque é um reflexo do plano amoroso de Deus para cada um de nós. Seja na vida familiar, no ministério ordenado ou na vida consagrada, cada vocação é uma resposta ao chamado divino para vivermos em plenitude e santidade. A família é a célula fundamental da sociedade e da Igreja. No Matrimônio, o amor entre marido e mulher torna-se um sinal visível do amor de Cristo pela Igreja. Jesus abençoou essa união nas bodas de Caná, transformando a água em vinho, simbolizando a alegria e a bênção que o Matrimônio traz (cf. Jo 2,1-11). O ministério ordenado é uma vocação de serviço. Aqueles que são chamados a ser sacerdotes, diáconos ou bispos são convidados a imitar Cristo, o Bom Pastor, que deu a vida por suas ovelhas. “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4,19), disse Jesus a Pedro e a André, iniciando seu chamado ao discipulado e ao serviço. A vida consagrada é um testemunho radical do Evangelho. Aqueles que escolhem esse caminho, como religiosos e religiosas, dedicam suas vidas completamente a Deus por meio dos votos de pobreza, castidade e obediência. São sinais vivos do Reino de Deus entre nós. Discernir a vocação é um processo que requer oração, reflexão e orientação espiritual. Cada um de nós é chamado a ouvir a voz de Deus no coração e a responder com generosidade e coragem, “O Senhor me chamou desde o ventre minha mãe” (Is 49,1). Em um mundo repleto de desafios, a resposta ao chamado de Deus torna-se ainda mais urgente. Seja na família, no trabalho ou na comunidade somos chamados a ser testemunhas vivas da santidade e do amor de Deus. Nenhuma vocação é vivida isoladamente. Somos chamados a viver nossa vocação em comunhão com a Igreja e com a sociedade. Juntos, podemos apoiar e fortalecer uns aos outros em nossos respectivos caminhos de santidade. Que neste mês de agosto possamos renovar nosso compromisso com nossa vocação primeira de sermos santos e abraçar com alegria a vocação especial que Deus nos confiou.
Fonte: Revista AveMaria

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