O Pe. Gabriel Lickteig, capelão do Centro Católico Newman da Northwest Missouri State University (EUA), fez um incisivo e forte alerta aos pais cristãos: “que a primeira comunhão de seu filho não seja a última.” E explica a importância e a necessidade de levar as crianças à igreja e participar dos sacramentos regularmente.
Como sacerdote, posso dizer que um dos grandes eventos do ano é ministrar pela primeira vez a Sagrada Comunhão às crianças.
Gostaria de dedicar alguns momentos para uma reflexão mais profunda sobre o que o Senhor nos pede para fazer por essas crianças que Deus nos confia.
Essas crianças, que trazem alegria para nossas famílias e para a Igreja, são as ovelhas do Senhor. Ele se preocupa profundamente com elas; Ele derramou Seu Sangue por elas.
Com efeito, existe um vínculo profundo entre as ovelhas do Senhor e a Eucaristia.
Quando Nosso Senhor multiplicou os pães para 5 mil no Evangelho de João, havia “muita grama” no lugar onde as pessoas se reclinavam antes de serem alimentadas.
Nenhum detalhe nas Escrituras é registrado por mera coincidência.
É provável que São João se referisse ao Salmo 23, o grande e famoso Salmo sobre o Bom Pastor, onde diz “em verdes pastos me faz descansar”.
Quando uma criança recebe pela primeira vez o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia, isso é ordenado principalmente para mantê-la viva espiritualmente, para que possa desfrutar para sempre da companhia do Bom Pastor.
Como guardiães das ovelhas do Senhor, faço-vos de coração este apelo para que se oponham a certas tendências que se repetem ano após ano na Igreja.
Rezo sinceramente para que a primeira comunhão de seu filho não seja a última. Eu rezo fervorosamente para que, quando eles receberem o Pão da Vida, façamos tudo o que estiver ao nosso alcance como guardiões e protetores para mantê-los vivos, não apenas fisicamente, mas também espiritualmente.
Para isso, é preciso reafirmar a posição da Igreja sobre um dos mínimos que Nosso Senhor nos pede: assistir à Missa todos os domingos.
O Catecismo especifica mais precisamente este preceito da Igreja:
“No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar na missa. Cumpre o preceito de participar na missa quem a ela assiste onde quer que se celebre em rito católico, quer no próprio dia festivo quer na tarde do antecedente.
A Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã. É por isso que os fiéis têm obrigação de participar na Eucaristia nos dias de preceito, a menos que estejam justificados, por motivo sério (por exemplo, doença, obrigação de cuidar de crianças de peito) ou dispensados pelo seu pastor.
Os que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem um pecado grave.” (Catecismo da Igreja Católica 2180-81)
Queridos pais, lembrem-se de que a Igreja considera isso “o fundamento… de toda a prática cristã”.
Sem uma base sólida, será difícil sobreviver com nossa fé e almas intactas.
Em segundo lugar, (e não posso enfatizar isso o suficiente) o exemplo dos pais é o maior impulso para os filhos manterem a fé. Os pais são os gigantes e heróis que o Senhor provê para guiá-los a Ele.
Nossos exemplos podem levar as crianças a Jesus ou afastá-las Dele.
Devo enfatizar, no entanto, que, embora assistir à missa dominical seja o mínimo, negligenciá-la deliberadamente é um pecado grave e um escândalo: “O escândalo é a atitude ou comportamento que leva outrem a fazer o mal. O escandaloso transforma-se em tentador do seu próximo; atenta contra a virtude e a retidão, podendo arrastar o irmão para a morte espiritual. O escândalo constitui uma falta grave se, por ação ou omissão, levar deliberadamente outra pessoa a cometer uma falta grave.” (CIC 2284)
Quanto à atitude de Nosso Senhor em relação aos pequeninos e ao escândalo, não poderia ser mais claro: “Mas se alguém fizer pecar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria que lhe pendurassem uma grande pedra de moinho ao pescoço e se afogasse nas profundezas do mar.” (Mateus 18,6)
Nosso Senhor usa palavras fortes porque nos ama. Ele ama essas crianças e quer que vivamos.
Peço humildemente que levem a sério essas palavras e evitem pôr em perigo a vida espiritual do bem mais precioso do Senhor, Suas ovelhas.
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